ONDE ESTÁS Ó MANING NICE? ONDE ESTÁS?

Aaaaaaaah!

Ouviu-se grito

Era um povo aflito

Sem norte,

Sem chão

Partiram-nos o coração

Os manos do Índico inundados foram,

As águas formadas ciclones invadiram

Lá estava o miúdo da marrabenta

Lá estava a mãe que aspergiu agua benta

Tudo se foi,

Tudo se perdeu

Das paredes sobejam no chão os tijolos

Das cabeças, neorónios

Da alma, a apagada ilusão

A língua do Camões ficou,

Para que serve a língua agora?

Ouvem-se gritos lá fora

Dizimou-se a morte,

Do sul ao norte,

Nada maning nice.

Olhe a intemperança da natureza

Atraiu os corpos e não os soltou

Chora África,

Chora mundo

Lágrimas cavam sulco fundo,

Sulco fundo de dor e não de alegria

Pois...

Bombeiros e barqueiros ao vale se lançaram

Somente a dor e o terror encontraram

O negro que comombri os visitou

De nada os resta, sequer pedacinho de céu.

Povo santo

Que aos córregos em sono eterno serpenteiam

Ao Pai olhades

Há luzes que se formam,

Há mãos que se unem

Para juntos tua alegria, ainda que opulenta, devolver.

Mille Tavares El Dorado
Enviado por Mille Tavares El Dorado em 27/04/2019
Código do texto: T6633365
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