Salvação
E como um navio
Eu estou longe
Recordando me pouco
Do cais que ficou para trás
Vou andando por ruas e avenidas
Vou indo ainda sem saber para onde
Onde meu refúgio?
Que braços chamar de porto?
Nuvens espessas encobrem meu céu
A luz parece um ponto tão distante
A quem chamar de lar?
Eu quis tanto um abrigo
Para proteger me das tempestades e tormentas
Mas meu coração contrito
Por vezes sente se inapto
A outra vez amar
Amar com toda entrega
Que já fez um dia
Isso parece ter sido em outra vida
Os anos pesam sobre mim
Sinto a alma envergada
Sinto me tão cansada
Da busca e das tentativas
De bonança... será que existe esperança
Para alguém como eu?
Oriunda de lutas e guerras que nunca chegam ao fim
E o desfecho das horas vazias
Resume se em dor, desamor e solidão
Eu transbordo em lagrimas que ninguém enxuga
Oro uma prece sentida dentro da minha escuridão
Já pedi ao céu quem me salvasse da fera
Não espero mais por isso
Só aguardo na amargura camuflada do meu ser
Por salvação.