Salvação

E como um navio

Eu estou longe

Recordando me pouco

Do cais que ficou para trás

Vou andando por ruas e avenidas

Vou indo ainda sem saber para onde

Onde meu refúgio?

Que braços chamar de porto?

Nuvens espessas encobrem meu céu

A luz parece um ponto tão distante

A quem chamar de lar?

Eu quis tanto um abrigo

Para proteger me das tempestades e tormentas

Mas meu coração contrito

Por vezes sente se inapto

A outra vez amar

Amar com toda entrega

Que já fez um dia

Isso parece ter sido em outra vida

Os anos pesam sobre mim

Sinto a alma envergada

Sinto me tão cansada

Da busca e das tentativas

De bonança... será que existe esperança

Para alguém como eu?

Oriunda de lutas e guerras que nunca chegam ao fim

E o desfecho das horas vazias

Resume se em dor, desamor e solidão

Eu transbordo em lagrimas que ninguém enxuga

Oro uma prece sentida dentro da minha escuridão

Já pedi ao céu quem me salvasse da fera

Não espero mais por isso

Só aguardo na amargura camuflada do meu ser

Por salvação.

Fabiana Ferreira Lopes
Enviado por Fabiana Ferreira Lopes em 25/04/2019
Reeditado em 21/06/2020
Código do texto: T6632167
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