O PENHASCO

Do alto do penhasco salto.

Corpo embebido em ventos de queda.

Caio sem sequer olhar o alto.

Corpo dilacerado pelas pedras.

Vento sopra uivante sobre a charneca.

Já não me preocupa o bater do cuco.

Traças devoram diplomas e becas.

Foi-se para o espaço o maluco !

Vereda irônica atrai, não há flores,

Há somente o propalar das dores.

A alma sangra ante o corpo decomposto.

Sou ,agora, enfim, homem sem rosto.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 11/04/2019
Código do texto: T6620674
Classificação de conteúdo: seguro