QUANDO UM POETA NOS DEIXA
O Sol se esconde entristecido,
Os pássaros calam a cantoria.
Parece noite mesmo sendo dia,
Na natureza um choro contido.
Nem a chuva, que é tão esperada,
Nem a roça que vai de vento em popa,
Nem a mulher passando e dando sopa,
Nem o rio cheio pela invernada.
Nem a água jorrando na biqueira,
Nem o balde de leite esborrando,
Nem os guris no pátio brincando,
Nem a grana da safra na carteira.
Nada nos traz de volta a alegria,
Nada disso nos abranda a tristeza,
O mundo é triste e sem beleza,
Se falta o poeta e a poesia.
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Em interação ao poema A MORTE DO POETA, do Piauiense Armengador de Versos.