Rasgos

Era um sentimento de parir o mundo

De rasgar o ócio, o asfalto inteiro

Aos pedaços

De um eu não aguento mais

De um não vai dar tempo de dizer tudo

De transgredir a si mesmo, às próprias carnes mortas

De um vomito cancerígeno

Com doses de sangue suicida

Apenas precisava dizer que

Hoje o sol nasceu triste

E ao meio dia, sem almoço, tem nirvana

Mas se

se precisar que eu prometa

Pra vir a ser

Então eu prometo

Vem

Nada até mim, tire a relva dos pés

Se o ato de falhar o nado quiser viver, mata-o

É tu. Não o objeto, não o sol

Não o nada

É tu dentro e fora.

Lê-se agora de baixo pra cima.

Izandra Varela
Enviado por Izandra Varela em 30/03/2019
Reeditado em 30/03/2019
Código do texto: T6610949
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