Insónia

Não durmo desde amanhã

Meu sono está cansado

De dormir na noite vã

Sonhos acordados

Debandei da cama

Meu leito esvazio

Para organizar pensamentos

Num mais perto desvio

Não me tirou do descanso

O barulho da vizinhança

A calma que achei em mim

Tão estranha e inquietante

Um tímido espectro

Convidou-me a sair

Com um zumbido qualquer

Me queria levar

É tanta lama no peito

Que ainda guardo decerto

Como disso acordar

Se não consigo dormir?

Tenho atitudes congeladas

No frigobar da raiva

Que em meio o tormento

Põem-me a boca fechada

Talvez fosse a rotina

Os erros consecutivos

O fracassar deste sono

Que vejo morto sem motivos

Talvez fosse o remorso

O desmaiar da esperança

As razões para os pesadelos

Quando em fim fecho os olhos.

Widralino
Enviado por Widralino em 25/03/2019
Código do texto: T6606656
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