Galpão
Trago estes versos, pois me lembro de quando era criança,
No galpão,
Cozinhavas para mim,
E eu era apenas uma criança desastrada,
Quebrando pratos,
Tu sorria para mim e dizia:
''Está tudo bem.''
Nos fundos da casa eu brincava,
Pegando emprestado, embora escondido,
Teus brinquedos de infância.
Me lembro do verão que aprendi a ler,
Pude ler as placas da calçada,
Lembro-me do cheiro da comida feito por ti
E das nossas conversas sobre a vida.
Vejo que o tempo com passos pesados,
Arrombou a porta de entrada da vida,
Deixando o vento frio entrar.
E daquele verão de 2008,
Sinto saudades,
Como também sinto de ti, meu avô,
Descanse em paz,
Seja lá qual for o galpão que tu possas estar.