Traumas
Factos que se afirmam em sucessões rotineiras
E adjectivam desígnios em péssimas condições
A moral e o civismo são o desfiladeiro interditado
Quando em vez de sucesso vemos mortas as emoções
Traumas
Mais histórias tristes por contar
Planos que ficaram ainda mais rasos
Medo que não se soube segurar
Delírios
Perca dos sentidos num instante
Aplausos saem dos infernos ruidosos e pujantes
Exacção dos problemas
Resultados que alteram os fins
Surpresas que ninguém soube esperar
Nem sempre o que nos diz a expectativa é no que devemos acreditar
Palavras que a alucinação diz
Quantas vezes se morre?
Quantas salvações recebemos?
De quantos milagres somos feitos e sobrevivemos só por um triz?
Quantos viadutos essa vida percorre?
Quem haverá de temer
Os mistérios ensurdecidos pelo tardio amanhecer?
Ainda que nos falte coragem de rogar retrocesso a tudo
Lá no fundo o desejo é de ter mudado das coisas o rumo
Traumas são receios
Medos e alternativas que não foram agarradas
Chances que escorregaram dos olhos
Falta de ter uma cegueira que contemplasse o invisível
Teorias desacreditadas
Estratégias que correram mal
Sortes que nos foram tiradas
Bênçãos, afinal.