Que tempo é esse

Que tempo é esse,

de espíritos cinzentos,

de lábios inundados de ventos,

de serpentes florescidas?

Que tempo é esse,

de descarrilhos da lucidez humana,

espigas em chamas,

portas naufragadas

no dilúvio do nada?

Triste tempo de frágeis vozes

de rosas dormidas

pelos algozes da luz

que desonram os dias

e a vida.