Ninguém Me Reconhece Mais
Pairando, silenciosamente, pelos paraísos infernais
Perdida, infelizmente existindo...
Este é um dos pesares mais leves
Às vezes sinto que morrerei em breve
Às vezes sinto que não morrerei jamais
-Por favor, me jogue desse cais
Você me olha com olhar de desprezo e reflete sobre o ódio e suas consequências, bem diante de mim...
E eu entendo... eu te perdoo, pois sei que minha mente, meu coração inexistente e minhas ações não são normais
Me odeie ainda mais, até a minha tristeza, por inteira, te consumir
Você, meu bem, como eu, irá sumir...
Todo o seu rancor se resume em problemas banais
Nossas vidas são apenas singularidades triviais
Elogios raros, porém superficiais
Diga que as minhas feições são especiais...
Me faça sentir a morte cada vez mais
Porque ninguém me reconhece mais...
E esta vida não me pertence mais
Não é só você, meu amor...
O sol não brilha mais
Ninguém me reconhece mais
Frivoleza estampada no meu rosto
Não quero mais lhe decepcionar
Nunca soube se em mim havia capacidade de amar...
Além dos falsos sorrisos, quais são os artifícios que poderei usar para camuflar cada um dos problemas pessoais?
Bala na cabeça, faca no meu seio
Eu vou sangrar ainda mais...
Overdose seria um exemplo de suicídio cordial?
Desejos essenciais...
Oh, meu amor, somos tão cruéis...
Nós somos tão desiguais...
Se nós fôssemos felizes, eu desejaria que fôssemos, também, imortais, mas...
Não é só você, meu amor...
Ninguém me reconhece mais...