Ninguém Me Reconhece Mais

Pairando, silenciosamente, pelos paraísos infernais

Perdida, infelizmente existindo...

Este é um dos pesares mais leves

Às vezes sinto que morrerei em breve

Às vezes sinto que não morrerei jamais

-Por favor, me jogue desse cais

Você me olha com olhar de desprezo e reflete sobre o ódio e suas consequências, bem diante de mim...

E eu entendo... eu te perdoo, pois sei que minha mente, meu coração inexistente e minhas ações não são normais

Me odeie ainda mais, até a minha tristeza, por inteira, te consumir

Você, meu bem, como eu, irá sumir...

Todo o seu rancor se resume em problemas banais

Nossas vidas são apenas singularidades triviais

Elogios raros, porém superficiais

Diga que as minhas feições são especiais...

Me faça sentir a morte cada vez mais

Porque ninguém me reconhece mais...

E esta vida não me pertence mais

Não é só você, meu amor...

O sol não brilha mais

Ninguém me reconhece mais

Frivoleza estampada no meu rosto

Não quero mais lhe decepcionar

Nunca soube se em mim havia capacidade de amar...

Além dos falsos sorrisos, quais são os artifícios que poderei usar para camuflar cada um dos problemas pessoais?

Bala na cabeça, faca no meu seio

Eu vou sangrar ainda mais...

Overdose seria um exemplo de suicídio cordial?

Desejos essenciais...

Oh, meu amor, somos tão cruéis...

Nós somos tão desiguais...

Se nós fôssemos felizes, eu desejaria que fôssemos, também, imortais, mas...

Não é só você, meu amor...

Ninguém me reconhece mais...

Mia Mendes
Enviado por Mia Mendes em 13/02/2019
Reeditado em 15/02/2019
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