NAVIOS (tráfico de mulheres)
(Uma tragédia que jamais deverá ser perdoada)
As horas se passam lentamente
Eu me encontro nestas vagas frias
Sinto agora que estou somente
Com minha pobre alma vazia
Jaz de mim solitariamente
A única esperança que dormia
Meus pensamentos vagamente
Alimentando de minha agonia
Mar revolto estridente
De vagas solitárias e tristes
Navios que zarpam independentes
Do que dentro deles existem
Dentro leva corações que friamente
Ficarem na sua terra persistem
Mas com o fator escravidão
Seus sofrimentos ainda consistem
Mulheres escravas da ganância
Como um animal dominado
Que sua amarga sorte se lança
Pra outros países são levadas
Seus valores quais suas ânsias
Por eles não são respeitados
O homem como ponta de lança
Retroagindo ao seu antigo passado
Pobres almas, estas mulheres aflitas
Que sonham por certa dignidade
Pelas suas sortes malditas
Foram lançadas na crueldade
Pelo animal ( homem) que tanto grita
Devorando sua preciosa moralidade
Mesmo assim em Deus acredita
Numa possível tal liberdade.