Uma carta aos desesperados
Hoje as minhas palavras são aos desesperados.
Minhas singelas palavras são para aqueles que foram pegos de surpresa pela perda de um ente querido.
Minhas palavras irão àqueles que sem esperança acordam todos os dias.
Serão para aqueles que foram enganados, por aqueles que um dia sempre os abraçaram.
Esta carta se direciona aos apaixonados, aos vilipendiados, aos esquecidos, aos depressivos.
Esta carta vai para a escória desse país.
Vai para as putas.
Para os drogados.
Para os bêbados.
Para todos que neste exato momento anseiam pelo cessar de uma dor.
Aos desesperados o meu singelo: há esperança.
Há esperança sim no final do túnel.
Mesmo que nos pareça impossível que algo de bom ocorra.
Todavia, é nas palavras.
No vento.
Na canção.
No abraço descontraído.
No olhar perdido.
No tocar singelo.
No beijo fraterno que a vida estala.
Que a alegria ingressa e que no fim que cessa a dor um dia sentida, pelos esquecidos dessa vida, pelos desesperados esfalfados da miséria vivida.