Brumadinho
Lá embaixo
Abaixo das árvores
E das montanhas;
Bem abaixo do ego
E da ganância,
Uma população ribeirinha
Repousa despreocupada
Naquela pequena preguiça que chega e demora.
Tudo era tão bucólico e igual;
Tudo era tão calmo como tudo que é calmo;
Mas a fome, a fome macroeconômica
De apetite insaciável
Se aproxima, se aproxima com sua boca feroz
Salivando minério e lama
Mastigando a população ribeirinha
Saboreando corpos, ingerindo vidas
Engolindo casas e tudo que respira
Adeus! Dizem os esperançosos;
Eu digo pesaroso:
Até a próxima!