O espelho
Certo dia gritei para um espelho,
Com vontade de ter outra vez a vida.
Percebi que o espelho se quebrara,
E, ao tocar meu peito, uma ferida.
Pedaços de vidros em minhas mãos.
Sangue escorrendo entre os dedos.
Não sei se da ferida do meu peito,
Ou dos pedaços quebrados em segredos.
Com um andar perturbado fui à sala,
Senti uma enorme vontade de gritar.
Olhando o sangue escorrendo nas mãos,
Percebi que eu começava a chorar.
As lágrimas eram vermelhas como sangue.
Nervoso, tentei um novo espelho encontrar.
Por onde passava um rastro vermelho
E o sangue colorido refletiu meu olhar.