Brumadinho
Da terra vim, pra lama vou.
Na lama foram-se sonhos, vidas e histórias.
Nela também fui levado, arrastado e massacrado.
No derradeiro grito calado por terra, sou levado de um lado para outro.
Tento entender o que se passa, além de lama, passam-se pessoas, animais, vidas.
A força se foi, me entrego à lama ceifadora,
Lama que leva, que devasta, que me mata.
Um dia me perguntei qual era o nome da morte,
Hoje sei, sua graça é ganância.
Tal que ceifa, corta, interrompe e destrói.
O que um dia já foi VALE, hoje junto a mim virou lama.
Eder L. Pacheco