Dor
Vi uma nuvem num céu nublado.
Vi e nada disse, fiquei quieto, calado.
Olhei um verso escrito numa folha seca,
li o verso e tive saudades,
versos de um poema escrito num ontem antigo.
A chuva chegou e varreu com suas lágrimas
as folhas secas arremenadas de poesias
transcritas por poeta etéreos.
Calei-me diante de um espelho quebrado
quebrado qual coração de poeta apaixonado.
Quebrado no meio de restos de taças de vinhos amargos.
Minhas mãos acariciavam o rosto gélido de minha musa,
acariciavam a alma refletida num espelho florido
de sorrisos, pesares e de medos.
Vi uma nuvem escura numa página rasgada
de meus versos obliquos e devassos.
Eram versos de dor.
Dor.