CACOS DE VIDRO
É Feriado na cidade!
E eu aqui pagando preço:
Sem saber por onde andas:
Em mesas, praças, varandas?
Meu pensamento do avesso
Imaginando trejeitos:
O seu sorriso tão lindo,
Seu caudatário abjeto
E seus olhares de afeto
Nesse luar, reluzindo.
É Feriado de novo!
Me frustra o passar das horas.
Penso em beijos que maltratam
E abraços que não desatam.
-Por que me matas, senhora?
Imagino todos traços
Do seu vulto de menina.
Enquanto sinto, nos cacos
de vidro, meus membros fracos
Manchando toda a cortina.