Preso em um boteco
Ombros curvados e cotovelos no balcão
Os dedos deslizam pelos copos
Cada lástima é uma borda marcada
E seu sorriso então fora engolido
Ao leve toque de suas mãos
O uísque gela automaticamente
A cerveja espuma suas angústias
E o vinho anestesia as dores fantasmas
Os ponteiros desdobram-se sob o tempo
Ele é incapaz de distinguir noite de dia
Seus medos afogam-no em mágoas
E o doce da cidra barata arde em sua garganta
Chove do lado de fora do bar
Mas ele parece não se importar
Sempre chovera em seu peito
Então qual o sentido de se preocupar?
(Guilherme Henrique)