A vida
Malemal entendo porquê eu
Vivo a vida digno de pena
Levo-a de maneira, calma serena,
Mas sempre cobra o que me deu.
Não posso viver na agonia
Ora me sorri, outra condena
Beija-me ou me envenena
Ah! Não é mais do que ironia!
Eu não resisto, nem reclamo
Também gozo de doces alegrias
É companheira nas noites frias
Depois de tanta dor, digo que amo.
E quando penso ser boa esta vida
Destroça-me como um corvo
Sinto até meu peito sangrar, e sorvo
Como um animal que lambe sua ferida.