MEU INFERNO PARTICULAR
Meus olhos diante do espelho fitam uma criatura "indiferente", mutante de si mesma.
Quantos invernos frios maltrataram o meu corpo, a minha pele sem vida refletida na turva imagem que um dia eu fui.
Sobrevivendo os dias infernais, consumida pelo fogo da cruel sina.
Presa dentro de um mundo que eu mesma criei pelas correntes dos demônios que minha mente os alimentaram. Embriagando-me do ópio de suas loucuras, tornei-me nesta aberração indigna de ser amada. Feito um veneno, erva daninha que mata e seca tudo o que tem vida ao teu redor.
Sozinha... sempre só, comigo mesma!
Aprendi a versejar com a minha alma e a sangrar em linhas para que eu não morra de vez. Este é o meu inferno particular, onde versos estupram a lógica e metáforas.
Fui o último anjo expulso do céu, com o ser enegrecido e as asas extintas.
Arrasto-me pelos becos escuros, me contento com a companhia abstrata desta solidão que me és fiel.