Às três da manhã

Em esquinas silenciosas, vagando sem direção

caminho nos becos escuros buscando solução

O mundo derruba sua amargura em meu copo vazio

e cada gole dessa bebida amarga esquenta meu coração frio

O canto dos pássaros já não me traz prazer algum

amo mesmo o som de um gole de rum

as vozes das multidões me incomodam

prefiro ouvir os sussurros dos loucos, me acalmam

Nas madrugadas vagam meus semelhantes

solitários, insanos e entristecidos

durante o dia vagam aqueles que me são cativantes

cansados, desalmados e perdidos

Às três da manhã sempre volto pro lar

a tv chiando, rugindo

eu inalando a melancolia envolta no ar

me deito, olho pro teto

espíritos julgam-me em meus ouvidos

Às três da manhã nada acontece

além do baile dos meus pensamentos

às três da manhã nada de bom acontece

nesse horário danço com meus tormentos

Às três da manhã tomem cuidado

os demônios na Terra ficam soltos

às três da manhã, sobre isso sempre fui alertado

mas nesse horário só restaram os loucos

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 06/01/2019
Reeditado em 06/01/2019
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