Às três da manhã
Em esquinas silenciosas, vagando sem direção
caminho nos becos escuros buscando solução
O mundo derruba sua amargura em meu copo vazio
e cada gole dessa bebida amarga esquenta meu coração frio
O canto dos pássaros já não me traz prazer algum
amo mesmo o som de um gole de rum
as vozes das multidões me incomodam
prefiro ouvir os sussurros dos loucos, me acalmam
Nas madrugadas vagam meus semelhantes
solitários, insanos e entristecidos
durante o dia vagam aqueles que me são cativantes
cansados, desalmados e perdidos
Às três da manhã sempre volto pro lar
a tv chiando, rugindo
eu inalando a melancolia envolta no ar
me deito, olho pro teto
espíritos julgam-me em meus ouvidos
Às três da manhã nada acontece
além do baile dos meus pensamentos
às três da manhã nada de bom acontece
nesse horário danço com meus tormentos
Às três da manhã tomem cuidado
os demônios na Terra ficam soltos
às três da manhã, sobre isso sempre fui alertado
mas nesse horário só restaram os loucos