Tic tac
O tic tac do relógio é um barulho irritante me lembrando que o tempo está passando e eu estou aqui existindo.
Apenas existindo.
Deitada nessa cama, olhando para o teto, sentindo pena de mim mesma.
Às vezes minha depressão dói. Uma dor dilacerante que atravessa todo meu corpo e mente me impedindo de fazer qualquer coisa.
Até de respirar corretamente.
O quarto está escuro.
Não existe beleza lá fora, então não tem porque deixar a vida entrar.
Me enterro sobre cobertas e travesseiros e tento ficar o mais imóvel possível.
Não adianta ler, ouvir música ou conversar.
Tudo se torna irritante e cansativo.
Meu cérebro grita por silêncio e o mínimo de informações possível.
Isso as vezes dura um dia.
Uma semana.
Um mês.
Nunca é possível saber quando vai acabar ou quando vai começar.
Tem dias que eu não sinto fome.
Em outros como desesperadamente como se a comida fosse me salvar de alguma coisa.
E tem aqueles dias em que nem banho eu consigo tomar. E eu só choro.
Um choro de dor e desespero que rasga a minha alma.
E o mais triste disso tudo é que ninguém me entende.