NUMB
Não me lembro nem quando nem como
a Nevoa tomou por morada a minha vontade
não enxergo a chuva que molha o passageiro
o homem atrás dos óculos e do bigode é nada
de tudo o que fora o meu pensamento vulgar
quanto meu existir é ignorar alguma verdade
Não me lembro nem quando nem como
a Nevoa tomou por morada a minha vontade.
Embaça meus olhos, meu tato, minha língua
Meu gosto já a mim não pertence mais
Caminhar cansa, as pernas não me interessam
O sol queima e abrasa um coração que por
Motor e óleo e máquina se perfaz
Construído sou por imagem que por imagem
A busca de uma vida se compraz
O néon opaco brilha em uma retina lânguida
Enquanto a Nevoa de minha vida pede mais.