NUMB

Não me lembro nem quando nem como

a Nevoa tomou por morada a minha vontade

não enxergo a chuva que molha o passageiro

o homem atrás dos óculos e do bigode é nada

de tudo o que fora o meu pensamento vulgar

quanto meu existir é ignorar alguma verdade

Não me lembro nem quando nem como

a Nevoa tomou por morada a minha vontade.

Embaça meus olhos, meu tato, minha língua

Meu gosto já a mim não pertence mais

Caminhar cansa, as pernas não me interessam

O sol queima e abrasa um coração que por

Motor e óleo e máquina se perfaz

Construído sou por imagem que por imagem

A busca de uma vida se compraz

O néon opaco brilha em uma retina lânguida

Enquanto a Nevoa de minha vida pede mais.

Daniel Medeiros
Enviado por Daniel Medeiros em 15/09/2007
Código do texto: T654084
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