MÃE
MÃE
Onde estavas que não te encontrei?
Onde se escondeu que não te achei?
Será que apenas foi sonho,
O sonho estrelado que imaginei?
Queria-te sempre a meu lado,
Mas a meu lado jamais tu ficastes;
Senhora estranha que nunca me abraça,
Senhora estranha, sisuda e calada.
Se tu me gerou, gerou minhas duvidas,
Que cresceram a meu lado me dando incertezas;
Eu hoje homem feito ainda careço,
De tua presença, pois sinto tristeza.
Eu sou o teu filho,
Mais um filho talvez;
Apenas um filho rebelde e incerto,
Um filho, um fato que nunca tem vez.
O tempo que passa talvez nos ensine,
Que um filho enjeitado é um filho também;
E com isso aprendo que tu genitora,
E eu o teu filho, semente de alguém.
*J.L.BORGES