PELAS MÃOS DO ACASO
Juliana Valis



O tempo sempre escorre pelas mãos do acaso,

Enquanto o céu procura a dimensão da luz,

E o coração, no pranto tão soturno e raso,

Já não sabe o canto que essa vida induz...




Pois a emoção é chama muito além de nós,

No céu que nos declama a vastidão de tudo,

Pelas mãos do tempo, nesses versos sós,

Assim, dispersos, no meu grito mudo !




Ah, infinito sonho muito além da dor,

Onde haverá estrela que possa me guiar,

Muito além de mim, no que houver de amor,

E no que houver de fim no ápice do mar ?



O tempo sempre escorre em tudo o que existe,

Enquanto o verbo morre declamando a dor,

E nossa alma simples, vulnerável, triste,

Sem calma, pede o mais sublime amor !



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