Borboletas
Elas estavam presas em meu estômago
Junto ao ácido que vezes ou outra
Subia até minha garganta num refluxo.
Vomitei em um banheiro de rodoviária
Enquanto ouvia rock and roll nos fones de ouvido.
As janelas empoeiradas anunciavam abandono
E as pichações deixavam recados de que alguém esteve ali.
Vi as borboletas deformadas pelo ácido
Corroídas, e com o bater de asas vagarosos
Umas verde musgo se juntaram as folhas ingeridas no almoço
As azuis, eram como o céu numa noite de tempestade,
E as vermelhas tão pálidas quanto o meu globo ocular
E com a bic encontrada num dos cantos do banheiro escrevi:
Abri a boca e saíram borboletas coloridas.
***
Em vinte e cinco carnavais e um ano cujo 7 é a sombra da morte.