O CÃO DA ESTRADA

Numa certa tarde,quando voltava de uma pescaria,
dirigindo devagar, ví um vulto ao lado da rodovia,
parei e sem saber, fui uma tristeza encontrar.
Tremí, suspirei fundo, vendo o cadáver de um cão,
com o corpo todo quebrado, estendido no chão,
como gosto de animais, tive vontade de chorar.

Com o corpo ainda quente,a pouco tinha morrido,
pensei, em breve por outros bichos será comido,
incrível,invadiu minha alma uma estranha loucura.
Pobre cão, mesmo não sabendo de quem ele era,
joguei sobre seu corpo, as flores da primavera,
muito triste, resolví ali cavar a ele uma  sepultura.

Enquanto cavava, cabeça baixa,pensando comigo,
isso e tudo que posso te fazer,cãozinho amigo,
embora sabendo que já não mais pode ver a luz.
Infelizmente , de ve lo vivo,não tive essa sorte
choro,por encontra lo após sua tão triste morte,
e finquei em seu jazigo, um galho e uma cruz.

Custou um tempo, mas não o deixei no abandono,
e tempos depois, fui visita lo, já era  no outono,
parei ali, triste fui ver o túmulo do amiguinho.
Surpreso.A natureza compartilhando minhas dores,
cobriu o seu jazigo com as mais belas flores,
deixei em cima essa poesia,completando meu carinho.




 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 12/12/2018
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