Deserto de paz, de amor

Cercado por solidões

caí a chorar

dei à alma a cruz

aos golpes e a todo açoite

cai de joelhos

com a face jogada ao chão ....

é de mim o sofrer

com o tolher da luz

sem manhãs, ser noites

e sem esperanças

doutro alvorecer

tornei a chorar

por ser parte desse abismo

por tudo sentir

e nada poder fazer

pesa em meus ombros

as chagas desse egoísmo

que corre o mundo

nos regatos de amargor

por tudo e todos

sigo a chorar

no mais profundo

deserto de paz, de amor.