Uma infinidade do infinito

Os céus estão de portas abertas
Azuis de ponta a ponta
A terra ferve a cada pisada
É deserto dentro desse coração
Por isso ele dói tanto.

Inspire como um artista
Expire sem hesitar
Vai fundo, chegou a hora.
Os lábios acolhem
O gosto salgado da dor.

Eis você nessa imensidão
Você e sua solidão
Grite a plenos pulmões
Aquilo que você calou
E interiormente te arranhou.

Uma folha de papel amassada
Por entre os punhos úmidos
É ódio, é suor, é medo?
Cansaço de lutar contra os fatos?

Os céus estão de portas abertas
E o que você tem a dizer me toca
Porque também sou papel amassado
Cada um veio e fez o que quis comigo
Agora que não sirvo para capacho
Eu só me consolo quando vejo o céu
Aberto como costumava ser meu coração
Antes de ele ser quebrado sem remendo.

Não tenho medo do calor escaldante,
Mas da língua que destrói reputações,
Do veneno que se espalha pelo ar
Esse que estupra a dignidade
Eu tenho medo dos sorrisos forjados
Dos falsos adoradores, dos elogios forçados.
O sol nunca escondeu sua identidade.

Os céus estão com as portas abertas
E quando olho para ele me sinto bem
Sou uma infinidade do infinito
Que os ventos podem fazer desaparecer
Mas ainda assim sou um sopro de vida.

E você, você também é...
Todo amanhecer, um novo motivo...
Cada amanhecer celebra a vitória
De quem vive um dia de cada vez...

Eu, você...
Eu, você e um mundo a despertar
Enquanto as portas dos céus se abrem
Para um novo e imprevisível dia.
Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 05/12/2018
Reeditado em 08/04/2020
Código do texto: T6519574
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