Enquanto é tempo.
Enquanto não há cartas na mesa,
me deixe existir.
E realinhar as órbitas criadas na minha cabeça,
entre os pedidos de fé no escuro.
Enquanto não há beijos selados pelo obscurantismo dessas ideias vãs,
vou alimentando todos os ratos que moram no sótão,
criando com base em todas as palavras que não foram ditas,
fomentando toda noite o que deveria ser dia.
Enquanto eu posso escrever, estou gritando,
meu canto outonal se prepara para o pior.
Enquanto o tempo bom não chega.
20/10/18