O CARRETÃO DE BOIS
Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
Escuto ecoar, no fundo daquele grotão
Um ruído, que a tempos já não escutava
É o som dolente, de um velho carretão
Que na minha infância, tanto encantava
Hoje, ele transporta, em seu lento caminhar
Uma carga preciosa... sem muita velocidade
Com os passos lentos, dos bois a lhe puxar.
É algo, que há tempos, eu conservava na cidade
Esta carga, estava escondida, em meu coração
E vivia atrapalhando, minha sonhada felicidade
E hoje, enfim, a coloquei, neste velho carretão
Que assim, vai lentamente, levando esta saudade
Saudade, que a tanto tempo, comigo carreguei
Saudade da minha infância, do sertão onde vivi
Da mocidade, já perdida, saudade de quem amei
Saudade, das flores da vida, que eu um dia colhi
Espero, que nunca mais você volte, comigo morar
Que deixe para sempre, o amor, entrar em meu coração
Mesmo que um dia, eu possa, até por você vir a chorar
Mas...saudade, vá para sempre,...em meu velho carretão...