Obscuro
Sucumbo
Minha carne inteira treme de raiva
Numa mistura perfeita de ódio e tristeza
Me gela os pés e as mãos
Dissipa o calor que vinha de ti
Que sempre guarda o meu pobre e maldito coração
Bobo, burro, tolo, estúpido
Por que sempre acreditas?
Por que sempre se entregas?
Faço minhas as palavras dela
“será que isso tudo vale a pena”
Será que finalmente não mereces uma trégua?
Me calo.
Me ponho dentro de um lugar que nunca habitei
Pequeno me faço
Mas não num lugar seguro
Me faço, quem sabe finalmente não passo
Nesse estreito buraco
Dentro do teu peito obscuro