Blanche Monnier
um ato na escuridão
com o amor em minha alma fiquei perdida entre o inferno e o terror da realidade suja
olho no espelho negro e vejo a linda fada que eu era
mas agora turo que resta e amargura e medo
os ratos são meus amigos
as baratas são minhas damas de festa
a urina e meu vinho
minhas merdas e o meu caviar
nua
meu corpo esta doente
e o diabo come torradas com cha do outro lado da festa
quem foi que construiu o amor?
quem foi que escreveu este testamento?
um dia quero voar como borboletas na primavera
e beber um bom vinho no castelo do meu rei
quero sonhar com dias de flores
e beijar a boca que nunca beijei
KKKKKKKKKKKKKKK
mas a escuridão e minha amiga
e os dias estão cada dia muito mais lentos
tempo
um tempo
um ano
666 dias
um rato
uma barata
1000000000000000000 bataras
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
quem e meu diabo?
porque vim ao mundo ?
o mundo que apenas noites
e mais noites
quero viajar para outro mundo
ficar nua em uma praia
ser feliz
e ter muitos filhos
e ver outra biografia nas mãos dos mortais
Blanche Monnier
Blanche Monnier Blanche Monnier Blanche Monnier Blanche Monnier
este e meu nome
o espelho e meu pior inimigo
os olhos verdes ficaram negros
aaaaaaaaaaaaaaa
vou gritaaaaaaaaaaaaa
mas o mundo ficou mudo
e nada mudou
nada mudou
doutor
nada mudor
deslige a luz doutor
nada mudou
nadando em minha urina
nada mudou
nada
sou uma nada
sou apenas uma louca kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
minha morte e lenta
muito lenta
muito lenta
pode ligar a luz
o fim veio
para o que nunca deveria ter vindo ao mundo
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
minha morte e lenta
muito lenta
muito lenta
pode ligar a luz
o fim veio
para o que nunca deveria ter vindo ao mundo
sou Blanche Monnier: trancada no sótão de casa pela própria mãe
sou Blanche Monnier: trancada no sótão de casa pela própria mãe
Blanche Monnier – a socialite francesa que foi trancada no sótão por 25 anos
25 anos
25 anos
25 anos
sou Blanche Monnier – a socialite francesa que foi trancada no sótão por 25 anos
e acho que um dia outras podem existir
e outros tambem
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
fim
quero apenas o fim
quero apenas o fim
por favor doutor
Em maio de 1901, o procurador-geral de Paris recebeu uma carta anônima descrevendo acontecimentos horríveis de uma casa em Poitiers, na França. De acordo com essa carta, uma mulher tinha sido presa em condições horríveis em uma casa por 25 anos. A carta dizia:
Senhor Procurador Geral: Tenho a honra de informá-lo de uma ocorrência excepcionalmente séria. Eu falo de uma solteirona que está trancada na casa de Madame Monnier, meio morrendo de fome e que vive em uma lixeira putrefata nos últimos vinte e cinco anos – em poucas palavras, em sua própria sujeira.
sou a propria sujeira doutor
sou um lixo
era tudo verdade
A Madame Monnier era uma viúva de 75 anos chamada Louise Monnier Demarconnay. Para muitos, ela era uma cidadã honrosa – ela morava em um bairro de alta classe com seu filho, Marcel. Seu falecido marido, Emile, era o diretor de uma faculdade de artes. Marcel era graduado em direito e ex-funcionário administrativo. Monnier tinha ganhado até um prêmio do Comitê de Boas Obras por suas contribuições generosas para a cidade.
As autoridades ficaram céticas quanto á essas alegações, mas lembraram que exatos 25 anos antes, a filha de Monnier, Blanche, havia desaparecido sem deixar vestígios. Blanche era considerada uma mulher alegre e brincalhona, bonita, com cabelos lindos e olhos grandes. A polícia decidiu investigar.
continuem ouvindo
A porta estava trancada quanto as autoridades chegaram na casa indicada. QUando ninguém respondeu, eles arrombaram a porta – e foram atingidos com um cheiro horrível. Seguindo o cheiro, eles foram para o andar de cima, no sótão. Lá, eles encontraram um lugar escuro, com a janela coberta por uma cortina pesada. Quando tirou a cortina, a luz revelou um corpo – vivo, mas esquelético – de Blanche Monnier, no canto do sótão. Ela estava completamente nua e deitada sobre um colchão de palha podre, que tinha absorvido sua urina e fezes por anos. Pedaços de carne, vegetais, pão e peixe formaram uma crosta suja em torno de seu corpo. Com 49 anos, Blanche pesava 24kg.
Os policiais envolveram Blanche em uma manta e a levaram para Hospital Hôtel-Dieu em Paris. Apesar das alegações do irmão de que Blanche era “suja, irritada, excessivamente excitada e cheia de fúria”, os médicos viram que Blanche estava calma e nunca mostrou ataques de raiva ou excitação.
Ao revistarem o resto da casa, encontraram Madame Monnier sentada calmamente na sala de estar, e seu filho, Marcel, em uma sala adjacente. Questionando ambos, a polícia descobriu a história.
Quando tinha aproximadamente 25 anos, Blanche se apaixonou por um homem mais velho – um advogado de poucas perspectivas e pouca riqueza. Rumores começaram de que a relação dos dois produziram um filho ilegítimo, e Madame Monnier proibiu Blanche de ver o homem. Ela se recusou, e percebendo que nunca iria conseguir persuadir Blanche de separar-se do homem, Monnier elaborou um plano com o filho.
Madame Monnier atraiu Blanche para um quarto no andar de cima e a trancou por fora. Ela disse que a porta ficaria fechada até Blanche concordar em romper o namoro. Certamente, Blanche iria ceder. Mas ela nunca cedeu. Então, ela foi mantida prisioneira, alimentada com restos e ignorando o cheiro putrefato que se espalhava pela casa. Mesmo após a morte do advogado, em 1885, Blanche continuou prisioneira.
Monnier foi presa na mesma noite. Quando descobriu-se que ela tinha problemas cardíacos, foi transferida para a enfermaria, onde morreu 15 dias depois. Acreditado como cúmplice, Marcel, o irmão, foi julgado sozinho. Ele afirmou que Blanche era louca e que não tinha sido presa, mas que preferia ficar no sótão como um ato de desafio. Mas várias testemunhas alegaram que ouviram uma mulher gritando. Uma testemunha disser ter ouvido essas palavras específicas:
“O que eu fiz para ser trancada? Não mereço essa horrível tortura. Deus não deve existir então, para que suas criaturas sofram desse jeito! E ninguém para me salvar!”
“O que eu fiz para ser trancada? Não mereço essa horrível tortura. Deus não deve existir então, para que suas criaturas sofram desse jeito! E ninguém para me salvar!”
“O que eu fiz para ser trancada? Não mereço essa horrível tortura. Deus não deve existir então, para que suas criaturas sofram desse jeito! E ninguém para me salvar!”
“O que eu fiz para ser trancada? Não mereço essa horrível tortura. Deus não deve existir então, para que suas criaturas sofram desse jeito! E ninguém para me salvar!”
“O que eu fiz para ser trancada? Não mereço essa horrível tortura. Deus não deve existir então, para que suas criaturas sofram desse jeito! E ninguém para me salvar!”
“O que eu fiz para ser trancada? Não mereço essa horrível tortura. Deus não deve existir então, para que suas criaturas sofram desse jeito! E ninguém para me salvar!”
“O que eu fiz para ser trancada? Não mereço essa horrível tortura. Deus não deve existir então, para que suas criaturas sofram desse jeito! E ninguém para me salvar!”
Quatro dias depois do início do julgamento, Marcel foi condenado a 15 anos de prisão. No entanto, em meados de novembro, ele apelou à decisão e ganhou, dizendo que nunca havia agido violentamente em relação a sua irmã. Para o choque do público, ele saiu livre.
O prognóstico inicial de Blanche era horrível – a morte parecia iminente. Além dos prejuízos a sua saúde causados pela fome, ela não podia tolerar a a luz. Mas, milagrosamente, seu estado físico melhorou. Ela nunca recuperou a sanidade, e permaneceu em um hospital psiquiátrico, onde morreu 12 anos depois, em 1913.
Existem teorias sobre quem envioua carta anônima. Primeiro, suspeitava-se que havia sido enviada pelo irmão. Sabendo que sua mãe estava perto da morte, supõe-se que ele tenha enviado a carta para que Blanche fosse resgatada antes de ele ficar para ser seu único ‘guardador’. Mais tarde, acreditou-se ser um ex-soldado, que ajudava uma das empregadas da casa, e ficou sabendo da história.
este e o fim
meu fim
morte
obrigado morte
obrigado por seu beijo
fim.