O Pesadelo do Ipê
Terra sem forças, sem vida abafam raiz;
O vaso, o prato, o copo, o casco;
Abrigam a seco desdita infeliz;
Cena rodada num último ato.
Violetas e orquídeas ressequidas, derradeiros suspiros!
Pétalas em conchas agonizando nas mãos;
Orvalho escasseando, chuvas sumiram;
Da beleza presente, restou vaga ideia e ilusão;
Temo que junto com o amor, a vida; ambos partiram.
O botão não abriu e o sol sem forças, nem mais aquece!
Cadê larvas, nuvens de moscas e borboletas?
Resistente, único pássaro definha à minha frente;
Desesperança pintada e descrita com todas as letras;
Lágrimas ligeiras estiadas, brumas ausentes.
Nem meu suor, nem mais em sereno o dia amanhece!
Sem folhas, sem cores, ...em vergados galhos;
Portentosos e altivos com flores, antes forravam o chão;
Outrora fazendo da estrada colorido assoalho;
Agora e à perder de vista, só dor e desolação.
Fracos estamos e agonizando, eu e os centenários Ipês!
"Bom que tudo não passou de um sonho ruim, de um pesadelo e por termos um Deus infinito em suas maravilhas, "eis" que ELE nos presenteia com um cenário ainda mais belo"!
Alguma dúvida de que fez e nos deu isso tudo e muito mais?