Lágrimas

Nos olhos as lágrimas se recusam a secar

E vou tentando sem êxito minha alma silenciar

Há tanta dor entre as quimeras perdidas

Tantos ais rasgados na carne ardida

Tenho gritos contidos sob a porcelana

Vidros partidos nas entranhas

Tenho um mundo em mim revirado

Há gemidos dos meus antepassados

Tanta dor assim ecoa

E minha alma de si própria magoa

Ando nua vestida de meus algozes

Silente a lágrima nunca perdoa

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 10/11/2018
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