MIRAGEM
Só me resta esquecer,
Fingir que nada aconteceu...
É o que se deve fazer
Quando nada correspondeu...
O olhar de ternura, de felicidade...
O beijo apaixanado e doce...
O abraço que traduzia a vontade
De estar ali ou onde quer que fosse...
Como dói, como machuca
Essa fria indiferença...
Os versos são minha fuga
Dessa angústia que me atormenta...
Como doce miragem
Que se desfaz com o vento,
Foste amarga aprendizagem
Que me tirou todo o alento.
Minha alma sangra,
Sepultei o puro amor.
Com ele, se foi a esperança...
Meu mundo perdeu a cor...
A solidão acalenta o vazio,
A tristeza pede para ficar...
Meu semblante, agora sombrio,
Guarda as lágrimas que deixo rolar...
MCSCP