Pra não morrer...
E a poesia não vem, não há palavras
Não moldam o pensamento, e crava
O espinho em meu peito, boca cala
Olhar entristece, vê sombra na sala
Que passa, arrastando esse silêncio
Momento de inércia minha, vivencio
O querer tecer exato, se perde no ar
E fica no caminho, sem sair do lugar
Perdido entre a palavra engasgada
E a métrica, estética sendo vomitada
Os olhos não querem mais ver a dor
Que o coração sente por tanto amor
A ilusão é canção triste que a poesia
Compõe, em forma dessa anestesia
Que alivia o bater, o sentir, e o viver...
Um poema que faço pra não morrer
Aprender a permanecer no coração
De quem se quer bem, cuidar, zelar
Para que silêncio, saudade e solidão
Não sejam a rima pra te fazer chorar
E a poesia então virá serena, em paz
Capaz do mundo transformar, amor...
Palavra que essa alma pra perto traz
Ao invés de dor, plantar + amor e flor.