Infinitos agudos
O meu ser é um texto incompleto,
palavras dissonantes no arrepio da vida,
letras em um labirintos de ideias,
lágrimas de sal no maremoto de sentimentos,
sopros de angústia em alto mar,
medos, frustrações, incredulidades,
para onde estou indo?
De onde vim?
Não sei ao certo,
não tenho certezas há muito tempo,
há dois passados que se perdem,
como fios desencapados em curto,
e que mais tarde se reencontram,
antagônicos, plurais, magoados,
misturam-se aos passados construídos,
emanam faíscas de incêndios anunciados,
roteiros de uma dramatização real,
de uma novela que não é ficção,
numa trilha sonora feita de fados,
lamentos dessa sensação de desterro,
distopia mal amanhecida,
de terrores insólitos,
infinitos agudos,
tristezas eternas...