Beira de Estrada

Vasculhando os meus baús

Quantos fins e quantos começos

Nesse diário pesado

De águas do passado

Voltam e encontram seus achados

Divergências choram

Nesse mar de dor

Dizem que perdoar

Não é esquecer

E os baús escondem

Dias sombrios

Amores abstratos

Inimigos ocultos

E alguns rancores

Surgem das entranhas

E as máscaras caem

Onde os olhos não veem

E deixo que minha alma

Siga sozinha

Desarmada

Em beira de estrada

Apreensiva

Como água viva

Arisca

Prefere o silêncio

Que palavras

Quando mal interpretadas

Se tornam um lugar

Onde nada fica de pé

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 10/10/2018
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