Beira de Estrada
Vasculhando os meus baús
Quantos fins e quantos começos
Nesse diário pesado
De águas do passado
Voltam e encontram seus achados
Divergências choram
Nesse mar de dor
Dizem que perdoar
Não é esquecer
E os baús escondem
Dias sombrios
Amores abstratos
Inimigos ocultos
E alguns rancores
Surgem das entranhas
E as máscaras caem
Onde os olhos não veem
E deixo que minha alma
Siga sozinha
Desarmada
Em beira de estrada
Apreensiva
Como água viva
Arisca
Prefere o silêncio
Que palavras
Quando mal interpretadas
Se tornam um lugar
Onde nada fica de pé