Humanos
Vivemos nosso tempo de explosões,
nossas raivas gritadas em silêncio,
esmurrando paredes sem sentir dor,
o mal está por dentro,
nas lágrimas que derramamos,
nas tristezas que escondemos,
nas revoltas que sufocamos,
tentando aprender sobre o equilíbrio,
balançamos na corda sobre o precipício,
porque somos tão falhos,
somos tão humanos,
somos tão apaixonados pelos erros,
repetimos nossas angústias,
relembramos nossos medos,
nos aprisionamos na eternidade do nada,
esperando que a fé nos salve de nós mesmos,
tentando explicar pela lógica o irascível,
nos abandonamos à solidão,
nos entregamos ao nosso vício de perder,
nos derrotamos frente ao espelho,
mesmo quando usamos máscaras de sorriso,
porque afinal não temos as respostas,
não sabemos o final do enredo,
sequer temos as perguntas,
só esse vazio que nos deserta da existência...