ESSE NUNCA VERÁ DEUS...
Na rede deitado e sozinho
Com um palito de fósforo na boca
Espreitando o tempo do vazio
Não existe comparação com o dia
Eu simplesmente não escrevo poesias.
Ontem a tarde eu chorei
Todo o meu corpo doía
Senti o vazio de não ser ninguém
Na rede descanso o nada de mim
Sou um buscador de fantasias.
Na minha boca sem o doce da inspiração
Perdido num vórtice de tolices
Sou mais um bêbado de si mesmo
Não encontrei a paz tão escrevente
Sou um alguém apenas deitado e que pranteia...
Quero escrever poesias de qualquer coisa
Mas minha alma está cativa no egoísmo
Nas sombras deste dia um término fúnebre
Quando um neurônio morre eu morro também
Pois não existe milagres só eu e a rede de mim afã.
Eu agora escrevo certas besteiras
Não sou um homem que tenha inspirações
Na caridade da vida muitos são só admiradores da fome
Não consigo mais escrever poesia só vômitos
Sinto que o fogo que me consumia era Deus.
Minhas mãos são reféns da mesmice
Meu corpo está cheio de impurezas
Eu quero apenas dormir com as estrelas
Pois sou um massacrado pelo nada deste ser interior meu
Hoje nas trevas apenas adoro uma coisa; os sonhos.
Sou o vazio teimoso e equilíbrio inebriante
Perdido em palavras das desgraças em procrastinação
Um bêbado nu e feio cheio de chagas do alfabeto
Um esdrúxulo de cheiro do passado rebelde
Em especulações que a vida tomou pra si e apenas, cuspiu...