Pra onde vão as estrelas
Espero-me por vezes em casa, onde no meu canto, eu canto.
Onde me dispo das desventuras que é viver
Nessas cedas esfarrapadas
Que faz meu riso desmerecer
Esgoto-me fácil
De conversas vazias sem começos e sem fins
Tiro-me o peso
Dessa perfeição que em mim não cabe
Deixo de lado a camisa de força
E me livro dos entraves,
Dessas vãs pinturas
Que carregam minha imagem
Quando tenho medo
Escondo-me nas cortinas
E pelas suas transparências
Vejo de longe o mundo em ruínas
E fico a pensar
Pra onde vão as estrelas
Quando o céu está sombrio..