Mater mortis

Nas asas ebúrneas que evocam antigas histórias

De mortes estranhas, catastróficas, e catárticas além

Das emoções de qualquer humano, ela respira com

Divinal alegria evocando espíritos malditos imoderados.

Caixões espalhados por todos os cantos, a morte

Sorrindo em cada cartaz visto ou ocultado, Mater

Mortis alegrando-se a cada dor ou sangue derramado

Em dias profanos, santos ou dias quaisquer mas que

Revelam o quanto ela é realmente a senhora das passagens.

Na tristeza doentia da morte as catástrofes nascem

Como deuses gigantes levando ao mundo as intensas

Maças da destruição, qual humano realmente poderá

Não pensar por um instante nela que levou o mundo

À desolação plena, absoluta e infiel do espírito?

Mater mortis, alegra-te, pois este mundo ainda é

Teu, tu ainda desfrutará sobre os ossos, carnes

Putrefatas ou santos que cheiram a perfumes

Mortos em dias que sua alegria realmente era

O melhor júbilo do mundo, um júbilo superior

Ao da Fonte que tudo criou e preservou na Vida.

Martin Schongauer
Enviado por Martin Schongauer em 23/09/2018
Reeditado em 29/09/2018
Código do texto: T6456742
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