A TRISTEZA NUNCA MORRERÁ MEU ALGOZ!
...? No meu coração estou vazio.
Eu quero amar a Deus... Mas sou um perdido.
Tenho vontade de morrer... ...? Mas, como amar a morte?
Estou sujo. Meus dentes estão podres. E meu cheiro é de preguiçoso... ...!
Deus, por que me odeias tanto?
Deus, por que eu me odeio tanto?
Deus, por que eu não fico louco?
...? ...? ...?
...! ...! ...!?
*... *... *...!
Estou com câncer...
Estou com falta de banho...
Estou sangrado nas gengivas...
Estou morto e tanto eu sabia.
Sem sonhos... Sem alegrias... Sem Deus... Sem alegrias... S... Deus!
Estou com o coração partido...
Tenho o desejo de dormir para sempre.
Mas, tenho medo do Paraíso.
Mas, tenho medo de Deus.
Mas, tenho medo... De... Deus...! Por quê? Por quê? Eu não sei...
Minha existência é uma noite de imbecilidade de anjos.
Pois viver sem um propósito acaba com a saúde da humanidade.
Não quero ser santo.
...?! ...!? ...!
*... Não quero ser anjo.
... Não quero ser um homem.
...* não quero ser mulher.
...! Não quero ser um ser monstro.
Tenho medo de Deus. Tenho raiva de Deus. Tenho medo de mim.
Por que o tempo não hesitou um instante para mim?
Pois sou um fantasma em ansiedades melancólicas.
Sou o todo da depressão.
Sou uma soma de juventude e decepção com a velhice.
... ... ... ?... ...*
Eu suspiro um sonho.
Mas me afogo nos pesadelos.
Sou um aborto.
Sou um assassinato.
Sou uma comédia noturna.
Sou um mulato com hálito de trevas e tantos vazios podres.
Sou a poesia que si odeia por ser tão estúpida.
Não há transformação no ogro.
Não há arrependimento no lobo.
Não há beleza na raposa.
Morto está a última esperança dos pobres pais.
Neste cemitério de pecados e luxúrias está o rebelde.
...!
...* ...* ...*
Ó pobre rosa de odor fétido.
Ó pobre imagem da arguta lembrança da infância.
Ó última poesia de alguma coisa sem valor.
Ó espectro que vagueia no deserto de vampiros cósmicos.
Eu sou um depressivo que a única coisa que sabe fazer é esquecer.
Jamais... Jamais os tolos serão tão ignorantes assim na vida.
Banhado em sêmen de estrelas cadentes me atrevo a solidão.
Arrasta ó ventania do leste pétalas de algum carinho verdadeiro.
Pois dói demais chorar uma lágrima no silêncio.
Pois dói demais ser um conto de final sem um aconchego no luar.
Pois dói demais milhares de remédios para abrandar ilusões.
Meramente é isso que cria novos mundos de feios espantalhos.
Roubou meu coração tão intranquilo os demônios... E esses mesmos seres da minha onírica personalidade esse rude coração tanto eles os enganou.
...* ... ... ... ... ... ... ... ?... *...
Por que depressão me lastima tanto?
As cordas já estão no pescoço.
As lâminas já estão nos pulsos.
O machado já está no fígado.
O veneno já embebido foi.
A crueldade do Diabo recebida é sabida.
E as trevas contam as blasfêmias para Deus.
Deus, que no céu está. Quando foi que você Deus provou do líquido vazio desta única verdade chamada: Apoteose dos venenos espelidos pela serpente de cada alma que rejeitada é cada um dos teus filhos bastardos?! Pode não ser, mas Deus é tudo que um covarde tem pra dizer em sua valentia, que de tão má tem o poder de tornar um anjo caído num aceito messias.
Ó veneno de tão fétida situação humana.
Eu que perdido estou sei que jamais um amor vivi.
Sou vômito de filosofia atrofiada.
Sou braço preguiçoso para empunhar espada.
Mas sou um maldito não tenho salvação.
Sou uma fênix de filisteia extinção.
Sou um rapaz velho.
Não conheço o nu de uma pura beleza.
Não existirá paz.
Não existirá solução.
Não haverá oceanos de criaturas míticas.
Não haverá Deus para um perdão.
Não haverá um pai no céu que se compadeça.
Tudo morre.
Tudo a gravidade consome.
Tudo é triste.
Tudo é uma ilusão de famintos.
Tudo é uma chaga podre de estirpe e altivez.
Mundos nascem e são esquecidos.
Concepções acontecem e vem os choros.
Amores brotam e depois tapas e covardia.
Carinho é sentido e morre como tédio.
Tudo é uma flor de Deus sozinho entre milhões de anjos.
Pois a mentira é semelhante a verdade. E a verdade auto si nega.
Ó lua minha, tão solitária no soturno macambúzio... Macambúzio...
... A tristeza meu algoz, nunca morrerá... E continuamos sendo adubos...
...Para não sermos, nunca mais!
HENEIDA ZILEIDE (POETISA)