Des/Conexões

A tal da paciência me distanciou de você.

Manifesta em forma de insanidade,

de loucuras e devaneios.

A imaginação fértil pode ser uma arma

e a destruição respingada,

fere, dói, machuca o peito de quem a usou.

Agora, transbordo pelos olhos a falta de você,

que se foi, se distanciou,

nas palavras, nos diálogos,

na construção da conexão dialogal,

na interação musical,

num sentir a partir do corpo,

mesmo que na distância terrena.

Mas, ainda pulsa em mim,

nas entranhas da epiderme,

no fluxo de informações dessa minha mente inquieta,

essa presença tão marcante que é você,

por meio das lembranças de algo tão recente.

As melhores conversas,

as melhores construções de pensamento,

o melhor conjunto arquitetônico de palavras,

que esse meu ego ansiava.

Encontrei uma parte de mim em você.

Não rompe esse fluxo de conexões.

Reivindico a dita cuja que traiu,

peço paciência, com esse ser que sou eu,

tão errante, tão terreno,

mas que nutre no peito uma potência,

que grita a falta de você.