Retratos
Retrato da fortaleza
Em inflamável papel fotográfico
Espúrio cataplasma sobre a figura
Lenitivo a aplacar a febre do doente
Um oxigênio sufoca a mistura
E deixa a atmosfera mais comburente
Desconhece seu ponto de fulgor
Mas reconhece a ascensão do mercúrio
De companheira a dor
Gritando na ebulição
E a solidão surda aos murmúrios
Uma fé cega no prenúncio da eclosão
Da chama que queima seu peito
O sossego diz não
O leito não vê seus olhos cerrados
Na virada dos ponteiros
O apressado de uma contagem regressiva
Na combustão da foto
Vislumbra uma imagem retorcida
Sugada por um buraco negro
Em cinzas suicidas
Na esperança da Fênix
De ter de volta sua vida.