O Descolar do Otimismo
Sobrevivo a mim mesmo
Uma planta hidrófila em busca da cobertura de água
De um enfado semblante dos deuses destituído de utilidade
Da tragédia do instante de Pandora
De uma entrada às desgraças, misérias e dor
Sobrevivo a mim mesmo
De uma viagem ao infindável ego
De um inacabável texto sem reflexão
De um trago tragado de uma erva venenosa
De um oásis irreal que meu desejo engendrou
Sobrevivo a mim mesmo
Mas,
Que meu desencarne seja vagaroso
Que os demônios aos se embebedarem riem de mim
Ao redimir a dor do parto de minha genitora
Que o otimismo não bata em minha porta
As falsas esperanças, passíveis horrores réprobos
Que encerre em uma nebulosa plantação de cicuta
O inesperável berro de perduração