Caverna
Não há caverna profunda o bastante,
para guardar minha tristeza,
para ocultar minhas lágrimas,
para esconder meus tremores,
para desfazer meus erros,
para acertar meus passos tortos,
vivo a loucura dos dias,
a loucura das noites,
os gritos que explodem em meu peito,
arranhando o silêncio de minh'alma quebrada,
deslizando como lava vulcânica por minhas veias,
olhando para passados-presentes-futuros,
sem saber para onde ir,
sem saber de onde vim,
sem saber como ficar,
vivo a loucura das horas,
a loucura dos segundos,
na cegueira que me faz invisível,
um fantasma da solidão contínua,
tateando por paredes de pedra gelada,
no adorno de meu coração estilhaçado,
deixando ir toda a humanidade que um dia prezei...