JOGA a Dor!
 
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Pendurada no canto a pesada camisa;
Que um dia te cobriu como um manto;
Ainda molhada depois da última jogada;
Feita em aplausos num dos lados do campo;
Virou passado em fantasia,
Aquela camisa suada.
 

A bola uniu a paixão e o talento;
Mais lento, agora só atalhos te resta;
Ela que tanto encheu de gols a trave adversária;
Despede-se de ti com um longo adeus; 
Num fraco e umedecido beijo,
Selado com carinho em tua testa.
 

Mal chegou as riscas da linha na área pequena ;
Que foi sempre seu cativo, reduto mortal;
...jamais alguém vai esquecer
A redonda ali? Era fim! Era fatal!
Na mais alegre e emocionante das cenas;
Embora, hoje a cabeça desenhe bem a jogada,
Mas as pernas fincadas no chão
Descansam,  
 Recusando-se obedecer;
Só caminhar,
Sem poder mais lutar, nem correr.


 
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                                                                             (Centoavante Nunes;Mengão de 81)

Tropeçastes de novo, te acalme a vida é assim;
Não foram não
Os buracos inexistentes do campo
Que te enganaram,
Fazendo a bola parar de correr;
Lamento dizer,
Que o sonho acabou;
...se aproxima o fim;
É triste imaginar,
Pior será admitir
Que terás que parar de sorrir
De ganhar e perder!