O silêncio da orquestra
Eu ouço o som do coração.
As batidas audíveis estremecem meu corpo.
Sob o som da natureza, tudo fica em vão.
São tons plausíveis que me fazem um tolo.
O acorde que me mantém vivo,
hoje tirou meu chão.
A sinfonia está desorganizada,
como se o piano não acompanhasse o violão.
As notas não estão em sintonia,
o maestro já demonstra exaustão.
O claque some ao fundo.
E a palheta foi tirada do meu mundo.
O estremecer das notas está em total confusão.
Nada me faz sentido.
A música se cala.
O acordeão se trava.
E a orquestra vai pra casa...
Apagam-se as luzes e o maestro se cala.
Ouve-se as portas fechando.
O clique da fechadura se travando.
É o silêncio de uma vida sem planos.